sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Eu sou uma fratura, cega e sem pudor.
Sou uma pessoa impura, sem moral nenhuma como guia.
Tenho a mesma sensibilidade que uma rã, ou um camaleão,
Porém sou mestiço devido aos meus traços vis e obscuros.
Eu procuro declamar a todos que pouco me lixo às suas expectativas,
Pois odeio meu reflexo tal que não produzo alegria, nem planos, nem felicidade.
Vivo num quarto vazio sobre os pés de todos os outros. Os outros.
Vizinhos perfeitos, amigos fiéis e amantes puros.
Sou um asco na boca das pessoas próximas.
Quero cagar na mente de todos que satirizam e se horrorizam com minhas atitudes bizarras, impulsivas sempre que posso, ou devo.
Derreto meus pés no peito de quem me trair.
Suplico por um momento de pureza total e o que recebo em troca, na maioria das vezes, é distância, distante, tão distante, totalmente longe de alcançar.
Não sou como todas as pessoas que guardam seus órgãos genitais dentro da enclausura de seu caráter previsível e familiar.
Meu caráter é um veneno.
Que mantêm sentimentos tão modernos que minha mente de bicho pelado não suporta compreender.
Quero ir embora daqui, pois parece que minha busca é falha.
Vou para outro lugar, outro país, outro planeta, outra galáxia, outro universo, outro, outro... outro
Sentido, crença de outra vida, eu não desejaria, nem que me matem, sobreviver ao lado de vocês imundos, irmãos de sangue e palavras, sujos como pombos encerados de avenidas transcendentais.
Fora de mim, não desejo sua pureza, nem aceitação, nem pronúncia.
Eu acato apenas a sua renúncia. Renuncie daí, que eu renuncio daqui.
Como uma troca formaremos uma nova aliança com os braços.
Eu apenas ignorarei sua carne enquanto não queiras queimá-la junto à minha. Esquecerei sua imperfeição de maneira que você não precisa mais brincar de se esconder.
O caminho é melhor quando aos poucos.

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