sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Estou completamente só.
Nunca nasci e morri tanto como agora.
Fui abortado do todo sem escolha.
Não há outro em mim,
Pois vivo demasiado entristecido por mim.
Se compartilho-me, partilho-me.
Se parto em tua direção, corres, foges...
E eu renasço, como um parto, acordo.
Não divido minha paixão com nenhuma violeta.
Todas foram pisoteadas
Por uma nave que não posso mais controlar...
Estou tão perdido que mal posso sonhar...
Tão infinito que mal posso me ver.
E você é tão veloz, tão algoz, que desaparece cedo.
Só queria o conforto de chorar por teu pranto.
Me dói na carne ser tão só... tão só...
Onde está meu reflexo, onde estão meus filhos...
Onde está a tranquilidade do caos de tua pele?
Estarei respirando quando notares que somos um?
Meu coração foi arrancado por meus dedos,
Para ser entregue a você como a prova do tempo.
Estou tão só, que nem sei mais como é estar só.

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