sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Esta tamanha dor me atordoa!
Quero guardá-la num tonel de pinga...
Arrueiros, ossos da caatinga,
Entoo música, alma só, pessoa!

De que lhe vale, Nero, o ouro bandido?
E o tépido trote d'mada?
Seria doce luz a madrugada
Chamar seus olhos por seu apelido?

E uma lágrima me aprofunda
Num soberano mar de sentimento.
Voando baixo sobre o firmamento
Ao céu de fogo ao som do samba e rumba.

Comi virtudes. Vou colhendo estradas.
Escoregando em minhas falcatruas!
Servi ao bel prazer da propria amada,
Amando o terço das mulheres nuas!

Poria o sol na pista de um soldado
Que lutaria contra a própria pança?
Seria o encanto do desencantado,
Ou sua alma que em mim balança?

Formei os frutos do esquecimento
E camuflei o sumo do passado.
Entre o presente, um muro de cimento,
Confiro o amor e morte resguardado!

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