sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ela conseguiu.
Neste corpo de mulher onde a alma é o cenário da vida,
Na distância das leis dos homens,
Ela consumiu sua essência perfumada de mortal.
Proferiu pródigas palavras.
Adormeceu nos contratos obscuros que,
Naturalmente, este corpo de mulher foi subjulgado a assinar.
Enfim, depois de todo esse tempo
- esse meteoro tempo -
Em cabides de ombros e regiões inóspitas da imaginação,
Em mente-ato onde espetáculos de cores e calores,
Sensações e orações,
O enorme, colossal e devastador meteoro colide
Trazendo toda a verdade e todo espinhoso mistério.
Frágil, o corpo de mulher sucumbe à pressão da colisão
E todo o vazio árduo do vácuo se resume no último segundo
Ao eterno e infinito pesar do nada sobre seus pulmões.
O peso do nada (após tudo) sobre teu umbigo.
O corpo equilibra-se sobre a tênue linha da silhueta da luz
E a escura e ampla imensidão da simplicidade de morrer alvorece em sua pele.
O turbilhão então colide. Concluí seu feito e segue em frente.
Sua carne descansa junto a seus membros, seus olhos, sua lingua,
Que por tanto tempo guiaram o caminho aberto do animal
Junto a seu profundo compadecimento, aceitação e reconhecimento.
Tudo fora levado para a incompreensão do vago soar da aurora dos mortos.
Para o esquecimento. Sacramentado por sua própria engenharia.
Dizem morte. Talvez.
Eu digo, porque necessito dizer,
Que é como o mais amargo e elegante acaso de uma harmonia.

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